quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Saudade...


Meu avô quantas saudades o senhor deixou...

Tantas coisas vivemos, lembro-me como fosse hj quando o senhor saía comigo e sempre me perguntava " quer bolota?" e eu toda empolgada respondia que sim. Até uns meses atrás o senhor sempre lembrava dessas histórias e quando eu ia lhe visitar e sempre o senhor dizia " agora que você cresceu, quer ir comprar picolé?" eu morria de rir com isso, pois ele sempre me dava dinheiro que dava pra comprar uns 10 picolés e eu dizia "pra quê isso tudo painho?" eu o chamava de painho, pois pra mim ele foi mais que um avô, ele foi um pai, ele quem me criou, me educou e me fez ser uma pessoa de caráter.

Lembro-me também que quando eu passei no vestibular pra rádio e tv ele ficava sempre falando "quando estiver no rádio manda um abraço pro seu avô", ele acompanhou cada passo meu, no inicio do ano teve o maior gosto de guardar o meu convite da formatura e por conta da idade não pode estar comigo no baile, mas disse que estaria lá de coração.

Quando decidi fazer Jornalismo a coisa que ele mais repetia era "apareça na televisão minha filha" e eu sempre falava pra ele que não queria aparecer, pois não gostava e minha vocação era trabalhar por detrás das câmeras, e ele me disse: "quando você estiver aonde você quer chegar na sua profissão jamais esqueça desse velho que comprava pra você bolotas". E hj, dia em que dei o meu último adeus a essa grande figura na minha vida, honro o sobrenome que carrego, pois vem dele e aonde eu chegar jamais o esquecerei.

Meu avô foi um grande homem, sempre lutou pra dar tudo do bom e do melhor pra todos e sei que onde ele estiver, eu farei jus a tudo o que ele fez por mim. Sei que ele descansou desta vida, pois ele estava sofrendo demais há quase sete meses e sei que Deus o guardou e que de onde ele estiver ele estará olhando pra mim e é isso que me conforta...

Sei que dentro de mim, eu gostaria de ter estado mais perto dele, enquanto ele viveu nessa Terra e nessa fase ruim que ele passou eu me dediquei ao máximo em ajuda-lo, ás vezes mesmo sem forças e triste eu estava lá pra tomar conta dele, talvez eu não tenha feito o tanto que eu gostaria de fazer, mas pelo menos eu lutei pelo meu painho.

Não adiantaria encher esse espaço com palavras, pois todos os gestos de amor que pude dar a ele eu fiz enquanto ele viveu e esse mesmo amor jamais morrerá dentro de mim, pois sei que em breve nós iremos nos encontrar novamente.

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