sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ônibus eficiente garante segurança na locomoção dos portadores de necessidades especiais


Com o objetivo de atender as exigências do Ministério Público (MP), o sistema de transporte coletivo de João Pessoa colocou em circulação mais um ônibus eficiente, adaptado especialmente para garantir segurança aos portadores de necessidades especiais. Com este coletivo, João Pessoa passa a contar com 21 ônibus adaptados para os deficientes físicos, que enfrentavam dificuldades na hora de subir em um ônibus.

A carência de ônibus eficientes em João Pessoa foi motivo de doze denúncias no Ministério Público, que prontamente convocou o responsável pelo sistema de transporte coletivo da Capital para a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), com o propósito de garantir a colocação de mais ônibus adaptados sempre que a demanda aumentar. “A acessibilidade nos ônibus é obrigatória e temos um controle rígido de acompanhamento mensal, que tem o objetivo de garantir os direitos dos portadores de deficiência física”, explicou o promotor do Cidadão, Valberto Lira.

Os novos ônibus são equipados com plataformas elevatórias, que permitem melhor locomoção na hora de subir no veículo. “Antes era um sufoco para entrar em um ônibus em João Pessoa, hoje, o problema já melhorou consideravelmente”, destacou. No TAC ficou acordado que 20 ônibus eficientes deveriam ser colocados em circulação até o final do ano de 2008, o que já foi superado. Na frota da Capital, os ônibus exigidos pelo MP estão distribuídos da seguinte forma entre as empresas: Transnacional (seis veículos); Reunidas (quatro); Boa Viagem (dois); Marcos da Silva (dois); Mandacaruense (cinco) e São Jorge (dois).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2007, João Pessoa tem aproximadamente 90 mil pessoas com algum tipo de deficiência.

Foi graças à lei municipal 7.170, de 30 de dezembro de 2002, que regulamenta o direito das pessoas com deficiência, que a vida do comerciante, Antônio Oliveira, 38 anos, melhorou. Para ele, a quantidade de ônibus adaptados na Capital não é ao todo suficiente, no entanto, é plausível de reconhecimento. “Digo com sinceridade, hoje não tenho dificuldade em circular de ônibus para trabalhar”, enfatizou.

Há cinco anos, segundo Antônio, que é cadeirante, vivia depressivo e quase não saía mais de casa, com quem vive com os pais. “Eu já pensava na humilhação que seria, pois era o que acontecia toda vez que eu precisava tomar um ônibus”, destacou. “As pessoas ainda são egoístas e não se preocupam em ajudar pessoas com limitações físicas”, completou o cadeirante.

A satisfação de Antônio poderia ser maior, caso a Câmara de Vereadores de João Pessoa não tivesse alterado a lei municipal, reduzindo de 10% para 3%, o percentual de ônibus adaptados.

Já o estudante Samuel Andrade, 19 anos, não concorda com Antônio e critica a pequena quantidade de ônibus adaptados. “São poucos veículos e demoram bastante, quase todo dia chego atrasado no colégio”, disse. O estudante lembrou a tarde que ficou mais de duas horas, à espera do ônibus, “que parecia não chegar”.

Segundo a Superintendência de Transporte e Trânsito (STTrans), João Pessoa pode ser considerada como referência no que se refere a ônibus adaptados: dos 420 coletivos que circulam na Capital, 21 estão adaptados, ou seja, 5% da frota está em acordo com a exigência da lei municipal.

Analisando os números, o promotor destacou a importância de bem servir aos deficientes e de continuidade no trabalho de atenção aos cadeirantes. “É um dever de casa que nunca termina”, concluiu Lira.




Por Fabiana Falcão e Valéria Sinésio.


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